Transtornos Alimentares: doenças perceptíveis visualmente, mas que, na maioria dos casos, demoram a ser diagnosticadas
É comum as pessoas demorarem a observar sintomas de Transtornos Alimentares. Geralmente só há desconfiança de familiares e pessoas próximas, quando o quadro avança e alguns sinais, como muita perda ou ganho de peso são perceptíveis. Muitas vezes, confunde-se com preocupações recorrentes do dia a dia: desejo de perder peso, sensação de insatisfação com a própria imagem, ou consumo excessivo de alimentos. Mas, afinal, o que são Transtornos Alimentares? Em linhas gerais, são doenças psiquiátricas caracterizadas por padrões alimentares inadequados e distorções da imagem corporal, como no quadro de anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar.
A médica psiquiatra e presidente da Associação Catarinense de Psiquiatria (ACP), Deisy Mendes Porto, destaca que os quadros devem ser avaliados com cuidado, observando quando os hábitos carregam consigo sofrimento e prejuízo como as restrições na vida social. “A preocupação excessiva com o peso corporal, perda ou ganho excessivo de peso e com frequência, visão distorcida do próprio corpo, podem ser alguns dos sintomas. Ainda que muitos com transtorno alimentar pareçam fisicamente saudáveis, podem estar gravemente doentes e em sofrimento.”, declara a Dra. Deisy Mendes Porto.
A psiquiatra fala, ainda, sobre os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver um Transtorno Alimentar. “Os transtornos alimentares têm causa multifatorial, ou seja, ocorrem devido à interação entre vários fatores, como genéticos, psicológicos e socioculturais. Muitas vezes, a busca por padrões estéticos socialmente reforçados serve de gatilho para que a situação se agrave. É importante que a família observe, pois em um primeiro momento quem adoece não costuma não perceber que está desenvolvendo hábitos prejudiciais a sua saúde física e mental. Vale ressaltar que a família não é culpada, e pode ser uma ótima aliada no tratamento desta condição. Pessoas que sofrem com estes transtornos têm chances aumentadas de sofrerem de depressão, maior risco de suicídio, além de outras doenças médicas. Por isso, é muito importante que se busque ajuda profissional como de um psiquiatra, por exemplo.”, complementa.
O tratamento é fundamental e envolve uma equipe multidisciplinar, com psiquiatra, psicólogo, nutricionista e médicos clínicos.
Sobre a ACP
A ACP é uma entidade científica sem fins lucrativos dos psiquiatras do Estado de Santa Catarina. Filiada à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a ACP foi fundada em 1965. Desde então, dirige suas ações para o aprimoramento científico e técnico de seus associados, para o desenvolvimento da área médica da Psiquiatria, divulgando e esclarecendo a comunidade leiga sobre temas ligados à Saúde Mental.